Terminou na última quarta-feira (28/03), o segundo módulo do curso de construção de dessalinizadores solares na comunidade quilombola do Sítio Cascavel, no Município de Capoeiras-PE, distante 18 km da sede e atendido pelo escritório local do Instituto Agronômico de Pernambuco – IPA, Gerência Regional de Garanhuns-PE. O dessalinizador consiste numa “caixa” de quatro metros quadrados construída com placas pré-moldadas de concreto, coberta com vidro e com uma lona de caminhão preta como piso. A unidade pode oferecer em torno de 20 litros de água potável por dia nessa região.
O IPA ofereceu o curso em dois módulos a uma família agricultora da região (Quitéria e Bruno) e aos extensionistas do próprio instituto, que deverão acompanhar a construção de outros conjuntos de dessalinizadores. Os instrutores (Wanderley e Genilma) vieram da Associação de Profissionais em Agroecologia -APA, de Campina Grande-PB e a família participante ainda foi beneficiada, através do Projeto Dom Helder Câmara (PDHC), com a implantação de um conjunto de cinco dessalinizadores solares na sua propriedade. Com o sistema implantado e em pleno funcionamento, a estimativa é de que eles tenham uma média diária de 80 litros de água potável para o consumo.
Os agricultores relataram a alegria em ter uma tecnologia capaz de fornecer água potável e relembraram as dificuldades pelas quais já passaram para a obter água para o consumo. Quitéria afirmou que o Programa Don Helder Câmara -PDHC, com o qual o IPA tem parceria nessa iniciativa, trouxe muito mais que coisas materiais. “Melhorou a comunicação entre os familiares, essa ação trouxe ânimo para nós trabalharmos”, disse Quitéria. Já Seu Bruno comentou da autonomia que o programa lhe proporcionou: “Foi quando comecei a trabalhar para mim mesmo”.
De acordo com a Fundação Banco do Brasil, o dessalinizador solar é uma tecnologia social com baixo custo de implantação e manutenção, e fornece água potável através da dessalinização e desinfecção de águas, utilizando a energia solar (limpa e renovável), possibilitando assim, a convivência com o semiárido.
Texto: Gustavo Jonnas/DEEM – edição NUC IPA