O Instituto Agronômico de Pernambuco (IPA) realizou nesta sexta-feira, por videoconferência, o “Seminário sobre Antracnose da Mandiocultura no Araripe”, com a participação de 50 representantes da sociedade civil e do Estado. O evento visou analisar os impactos da doença e definir ações de combate.

Nas discussões, os participantes apontaram alguns desafios a serem enfrentados, como a multiplicação de variedades resistentes a doença, o manejo integrado de pragas e doenças, o resgate de plantio de variedades tradicionais (crioulas), a necessidade de ampliação de uma assistência técnica contínua, e a integração com outros estados vizinhos.

O diretor de Pesquisa e Desenvolvimento do IPA, Gabriel Maciel, e os extensionistas, gerentes, supervisores e pesquisadores do Araripe, trouxeram contribuições que apontam alternativas para o controle da doença, como a avaliação do banco de germoplasma, a previsão de testagem de dez novas variedades da mandioca na Estação Experimental da Chapada do Araripe e o resgate da diversidade, para que a atividade continue forte na região, gerando emprego e renda.

“As chuvas acima da média histórica na região do Araripe, e consequentemente a umidade relativa do ar, proporcionaram condições ideais para o surgimento de doenças na produção de mandioca, a exemplo da Antracnose, que é causada por um fungo que queima totalmente as folhas da planta e reduz a produtividade da cultura”, explicou Gabriel.

Para Reginaldo Alves, presidente do IPA, o evento trouxe uma contribuição importante ao destacar os valores econômico, cultural e social da mandiocultura no Araripe. “É preciso retomar as discussões no território do Araripe, principalmente neste momento de Pandemia, que nos faz refletir sobre a importância da biodiversidade, da integração entre as organizações e instituições do território”, disse Reginaldo.

Flávio Duarte, diretor de Extensão Rural do IPA, enfatizou que o Planejamento Territorial do IPA contemplou a temática da Mandiocultura, ponto relevante para região do Araripe. “Nós vamos nos empenhar e trabalhar para superar este problema, reforçando o apoio à agricultura familiar da região. Esta atividade é uma demonstração da atenção da instituição, em detectar os problemas, compartilhar as informações e construir agendas propositivas, interagindo com os parceiros”, afirmou.

Estiveram presentes no evento representantes da Secretaria de Agricultura do Município de Araripina, Sindicato dos Trabalhadores Agricultores e Agricultoras Familiares de Araripina, o PRORURAL, a ONG CHAPADA, a COOPERAMA, o SEBRAE, o Instituto Federal do Ceará – IF, o Conselho Municipal de Desenvolvimento Rural Sustentável de Santa Cruz e representantes do Fórum da mandiocultura do Araripe/PE – FOMAPE, além de extensionistas e pesquisadores do IPA.

Fonte: Núcleo de Comunicação