Na última semana, o engenheiro de pesca do Instituto Agronômico de Pernambuco (IPA), Gilvan Lira, que vem defendendo, desde 2012, a carcinocultura marinha como uma atividade de grande importância econômica, social e ambiental para o semiárido brasileiro, ministrou duas palestras sobre o Cultivo do Camarão Marinho. O trabalho “Cultivo De Camarão Marinho Aproveitando Poços De Água Salobra Na Região Do Semiárido” foi apresentado, primeiramente, na tarde do dia 27 de novembro, no VIII Encontro Nacional de Formação do Programa Água Doce, realizado no período de 26 à 29/11/19, em Natal-RN.

Posteriormente, no dia 01 de dezembro, foi à vez de apresentar a palestra “Cultivo De Camarão Marinho Em Águas Interiores” na Expo Sertão 2019, uma das maiores feiras de agronegócios do Sertão Nordestino, realizada em Petrolândia, entre os dias 28 a 01/12/19. Os eventos reuniram empresários da área, agricultores, servidores públicos, professores, profissionais da área pesqueira e de outros setores.

Em ambas oportunidades, aproveitamos o momento para falar dos nossos trabalhos de introdução, difusão e desenvolvimento do cultivo do camarão cinza, litopenaeus vannamei, nos municípios do interior do estado pernambucano, no qual obtivemos os primeiros resultados de cultivo, em 2013, no Sistema Produtivo Integrado do Programa Água Doce – PAD, na Agrovila VIII, Ibimirim-PE, destacou Gilvan Lira.

Nas palestras foram apresentadas as inovações e vantagens que classificaram esse trabalho em 1º lugar na 1ª Edição do Prêmio Inovação Aquícola , são elas:

  1. Aproveitamento de poços com águas salobras e de áreas com solo em processo de degradação ou áreas desertificadas do Agreste e Sertão.
  2. Falta camarão marinho no mercado local dos municípios do interior, onde existe uma grande demanda.
  3. A quantidade de água consumida, para se produzir um quilo de camarão, é mínima em relação ao que é consumido nas demais atividades agropecuárias.
  4. O fator de conversão alimentar (FCA) dos organismos aquáticos é o mais baixo das espécies de animais produzidas no Brasil para alimentação humana.
  5. A carcinocultura dá o mesmo retorno financeiro da piscicultura com menor valor de investimento e custeio.
  6. O interior apresenta ambiente inócuo, com menor possibilidade de ocorrer e transmitir as doenças, que vem prejudicando a carcinocultura marinha na zona litorânea.
  7. Há muitas propriedades no interior com potencial para carcinocultura marinha, que possuem valores imobiliários de 20 a 40 vezes menor do que nas áreas no litoral.

Fonte: Núcleo de Comunicação do IPA