Em Dia de Campo, em Caruaru, IPA apresenta pesquisa que pode reintroduzir cultura do algodão em Pernambuco

O agricultor Valter Lins, de Feira Nova, Pernambuco, não tem mais dúvidas. Quer investir na cultura do algodão. A decisão, ele anunciou, nesta quarta-feira, depois de participar do Dia de Campo, promovido pelo Instituto Agronômico de Pernambuco (IPA), na Estação Experimental de Caruaru. É de lá que sai uma ótima notícia.  Assim como Valter, o agricultor que quiser poderá voltar a plantar algodão sem se preocupar com o bicudo, praga que dizimou plantações no estado na década de 1980. Um fato que, felizmente, ficou definitivamente no passado.

O Dia de Campo reuniu vários agricultores da região foi promovido exatamente para que pesquisadores e extensionistas do IPA e da Embrapa Algodão, de Campina Grande, apresentassem os resultados do trabalho que vai permitir  a reintrodução da cultura do algodão no estado.

Os experimentos foram conduzidos com o objetivo de testar o comportamento de variedades de algodão branco e colorido em diversos ambientes, analisando seu desempenho em diferentes tipos de solo e condições climáticas.

A presidente do IPA, Ellen Viegas, informa que as pesquisas do IPA abrem uma nova perspectiva para a agricultura. Melhor: pode movimentar um ciclo produtivo, envolvendo vários elos da cadeia produtiva. “Queremos, enquanto Governo de Pernambuco,  trazer essa opção aos nossos agricultores familiares para que eles possam diversificar suas lavouras e sua cadeia produtiva”, informa a presidente.

O pesquisador e coordenador do Programa do Algodão do IPA,  Antônio Félix da Costa, explicou que o algodão sempre foi uma cultura de grande êxito em Pernambuco. E pode voltar. “Com  parceria com a Embrapa, que viabilizou a adoção de variedades mais resistentes, produtivas e bom teor de tolerância ao déficit hídrico, acredita-se que possa  acontecer uma retomada significativa para da produção”, conta Félix, ressaltando, ainda, que isso tem sido provado a partir dos testes que estão sendo realizados e que provam que as variedades estão bem adaptadas a região.   

Jaime Cavalcante, melhorista de Algodão da Embrapa Campina Grande, considera que a parceria com o IPA, já é sucesso pelos resultados obtidos. “As pesquisas com o algodão, na avaliação dele,  superaram as expectativas” Além de Caruaru, O IPA realiza os experimentos em Araripina e em Serra Talhada.  

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A volta da cultura do algodão em Pernambuco

Embrapa e IPA iniciam pesquisas com cultivares nas estações experimentais do instituto em várias regiões do estado

Uma pesquisa do Instituto Agronômico de Pernambuco (IPA) e a Embrapa Algodão poderá trazer de volta ao estado o status conquistado na década de 70, quando Pernambuco figurava como um grande produtor de algodão no país. Por meio de um convênio de cooperação técnica, o IPA e a Embrapa iniciaram o plantio experimental de cultivares do algodão (branco e colorido), com o objetivo de pesquisar e avaliar o comportamento das cultivares nas diferentes regiões do estado. E também identificar as áreas mais propícias para o cultivo, tendo como referência a produtividade e os custos envolvidos.

Na última segunda-feira (5), os pesquisadores implantaram a primeira Unidade de Referência Tecnológica (URT) na estação experimental do IPA, no Sertão do Araripe, em uma área de aproximadamente dois mil metros quadrados. Outras unidades serão instaladas nas estações de Serra Talhada, no final deste mês, e mais uma em Caruaru, na primeira quinzena de abril.

De acordo com o diretor presidente do IPA, Joaquim Neto, o contrato de cooperação técnica com a Embrapa foi firmado no segundo semestre de 2023.  “Agora, demos o primeiro passo para retomar a produção do algodão em Pernambuco. Uma ação que poderá influenciar na melhoria da oferta de matéria prima para o setor têxtil e criar mais uma alternativa de renda para os agricultores familiares”, destacou o gestor.

 O Polo de Confecções do Agreste, um dos maiores do país, movimenta em torno de R$ 5 bilhões na economia do estado. (Fonte NTCPE). A retomada do plantio de algodão poderá impulsionar a produção de matéria prima (fios, tecidos, etc) para o setor, otimizando custos logísticos como frete e impostos.

“A volta da cultura passa necessariamente pela adoção de práticas e tecnologias modernas e sustentáveis de cultivo que favoreçam melhores índices de rentabilidade. Ação que pode gerar um impacto significativo nas esferas social e econômica para os agricultores familiares do estado”, afirmou Jaime Cavalcanti, pesquisador da área de melhoramento genético de algodoeiro da Embrapa Algodão.

Para Jaime Cavalcanti, as áreas mais propícias são as de tipografia mais planas, que possibilitam a mecanização do cultivo, sobretudo a colheita. O ciclo de colheita do algodoeiro ocorre uma vez por ano, que pode ser cultivado em sistema de rotação de culturas, como por exemplo: o milho, a mandioca e o milheto, contribuindo para ampliar a estabilidade da produção. 

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IPA marca presença em Seminário sobre Algodão Agroecológico na Paraíba

O diretor de Pesquisa e Desenvolvimento do IPA, Dr. Henrique Castelletti esteve junto ao Dr. Antônio Félix da Costa, no Seminário Técnico sobre Algodão Agroecológico/Orgânico e seus Consórcios Agroalimentares no Semiárido, que aconteceu na Sede da Embrapa Algodão, em Campina Grande-PB.

O evento tem objetivo de socializar as ações desenvolvidas no Nordeste com algodão agroecológico e seus consórcios agroalimentares, bem como a construção de parcerias no arranjo produtivo do algodão agroecológico e seus sistemas agroalimentares.

O seminário tem organização da Secretaria de Estado da Agricultura Familiar e Desenvolvimento do Semiárido da Paraíba, Departamento de ATER da SAF/MDAF, Câmara Temática da Agricultura Familiar do Consórcio Nordeste, a Embrapa Algodão e o Projeto +Algodón.

A Pesquisa do IPA sempre empenhada em buscar as maiores inovações da agropecuária para nosso estado, fortalecendo nossa produção.

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