A Associação das Artesãs e dos Artesões (Artesano), do município de Cachoeirinha, distante 174 quilômetros do Recife, no Agreste de Pernambuco, é destaque na produção de arreios para o esporte das vaquejadas, bem como bridão, freio, estribo entre outros itens para montaria.

Com o slogan “Associativismo que Virou Marca” a trajetória dessas famílias é marcada por perseverança, compromisso e tradição. Os artesãos são oriundos dos sítios Conceição, Caldeirões e Cabanas, em Cachoeirinha, tendo como atividade principal a produção de arreios, utilizando o couro e o aço como matéria prima.

A comercialização e produção de selas e arreios em Cachoeirinha ocorrem desde a primeira metade do século passado, sendo repassado de geração a geração, produzindo uma variedade significativa de artigos que atrai diversas pessoas de diferentes regiões. Com assistência técnica dos extensionistas do Instituto Agronômico de Pernambuco (IPA), os artesãos conquistaram o Selo da Agricultura Familiar e estão em processo de criação da Marca Coletiva. O próximo passo importante será a construção da Identidade Geográfica.

Além do trabalho artesanal, as famílias também praticam a atividade agropecuária, como a criação de animais e a produção agrícola. A região também é conhecida como produtora de queijo e leite. Os artigos produzidos por estas famílias para o esporte das vaquejadas se diferencia de outros arranjos produtivos de arreios e selas brasileiros. Ressaltando assim, a importância de se desenvolver entre as produtoras e produtores um olhar para a importância das parcerias, nesse processo com a Prefeitura de Cachoeirinha, a Professora Rosiane Macedo, UFPE Anater, INPI, MAPA, FIDA, entre outros.

Para Bruna Jatobá, integrante do Grupo de Pesquisa em inovação, tecnologia e território (GRITT) da UFPE, o trabalho de associativismo e fortalecimento dos indivíduos, a partir da vivência e participação ativa dos agentes locais, são fundamentais para o bom desenvolvimento de uma marca coletiva, ao que sua base vem exatamente de um trabalho feito a partir de um coletivo, de uma identidade resultante de uma vivência.

COMO SURGIU A MARCA COLETIVA – ARTESANO!

Desde 2008, o IPA presta serviços de Assistência Técnica e Extensão Rural – Ater a famílias de agricultores de Cachoeirnha, especialmente na orientação as atividades agropecuárias. A partir de 2017, com o surgimento do Projeto Dom Hélder Câmara, através da Agência Nacional de Assistência Técnica e Extensão Rural – Anater e do Fundo Nacional de Desenvolvimento Agrário – FIDA, os extensionistas iniciaram uma Ater complementar. O objetivo era qualificar o atendimento a essas famílias, a partir da intensificação das visitas técnicas, capacitações e disponibilização de fomento para algumas famílias.

Foi neste contexto, que um grupo de extensionistas do IPA participou de capacitação sobre a formação de Indicação Geográfica (IG) e Marca Coletiva, promovida com o apoio do Instituto Nacional de Propriedade Industrial – INPI, despertando a possibilidade de inserir as artesãs e os artesões de Cachoerinha nesse propósito.

E foi na capacitação em associativismo, cooperativismo e construção de marcas coletivas, que eles decidiram fundar a Associação das artesãs e dos artesões do couro e aço de Cachoerinha, a ARTESANO. Esse passo foi um avanço, pois as famílias que produzem peças diferenciadas e únicas que compõem o Arreio, tinham o sonho de serem reconhecidas pelo seu trabalho, nos aspectos sociais e econômicos.

Fonte: Núcleo de Comunicação