Garantir alternativas de alimentação animal para o rebanho de bovino de leite e corte, caprinos e ovinos, durante os períodos de estiagem é uma dos objetivos dos trabalhos desenvolvidos pelo Instituto Agronômico de Pernambuco. Nesse sentido, a partir do ano de 2008, após um trabalho de seleção de variedades resistentes, realizado pelo IPA, a Secretária de Desenvolvimento Agrário criou o Programa de Controle da Cochonilha do Carmim, com a distribuição de “palma semente” resistente à cochonilha. Desde então vêm sendo distribuídas três variedades: palma Miúda (IPA 100004), Sertânia (IPA 200205) e orelha de Elefante Mexicana (IPA 200016).

“Em 2019, foram adquiridos e distribuídos 85 toneladas de sementes de sorgo forrageiro, da Variedade SF 15, desenvolvida pelo Instituto. No caso da palma forrageira, o IPA distribuiu nos últimos 5 anos, 60 milhões de raquetes. Este ano, a previsão é distribuir 2.500.000 de raquetes. Tanto o sorgo como a palma forrageira são ações de inovação tecnológica para estabilizar a produção de leite no Estado”, destaca o diretor do IPA, Gabriel Maciel.

A adaptação da palma ao clima semiárido do Nordeste se deve, principalmente, às suas características morfofisiológicas. A palma é uma cactácea que apresenta metabolismo fotossintético MAC (metabolismo ácido das crassuláceas), o qual garante maior eficiência no uso da água, quando comparado às gramíneas e leguminosas. Seu cultivo, contudo, requer áreas com temperaturas noturnas entre 15 e 20 º C, pois temperaturas mais elevadas limitam seu crescimento, haja visto que, devido ao metabolismo MAC, a palma abre seus estômatos durante a noite.

“A palma forrageira é uma cultura estratégica para as condições de semiárido, permitindo aos criadores atravessar os longos períodos de estiagens com mais segurança alimentar para os rebanhos”, enfatizou o diretor. O Nordeste do Brasil é a região onde se concentra a maior área de cultivo de palma forrageira do mundo, com mais de 500.000 hectares cultivados, dos quais 250 mil hectares estão no Agreste Sertão de Pernambuco.

Sobre a palma

Introduzida no semiárido nordestino no final do século XIX, com o intuito da produção de corante carmim, a palma forrageira foi explorada por pouco tempo com essa finalidade. Após a grande seca ocorrida em 1932, a palma foi descoberta como uma excelente alternativa forrageira. Neste período, o governo Federal implantou o primeiro programa com a espécie, favorecendo a sua disseminação. A partir da década de 50, estudos mais aprofundados se debruçaram sobre a espécie, visando o melhor aproveitamento. Entre 1979 e 1983, durante uma estiagem prolongada, a palma ganhou de vez espaço no semiárido. Estima-se que, hoje, haja cerca de 500 mil hectares de palma forrageira no Nordeste brasileiro. (Fonte: grupocultivar.com.br).

Fonte: Núcleo de Comunicação do IPA