O Herbário IPA – Dárdano de Andrade Lima – é referência nacional e internacional para as plantas do Nordeste Brasileiro, em particular as espécies do bioma caatinga. Contando com mais de 94.000 exsicatas, é formado por várias coleções botânicas representativas dos diversos ecossistemas da região. Entre as mais importantes, destaca-se a de D. Bento Pickel, uma das mais antigas, datadas do início do século passado, com seis mil amostras e a de Dárdano de Andrade-Lima, expoente na Botânica e Ecologia nacional, com um número estimado em dez mil amostras. O Herbário IPA, pioneiro no Nordeste, possui acervo que constitui suporte técnico e científico para Universidades (cursos de Graduação e Pós-Graduação), Escolas de 1° e 2° Graus e demais instituições públicas, privadas e ao público em geral. Integra o Laboratório de Botânica da Empresa Pernambucana de Pesquisa Agropecuária – IPA, estando aberto a consultas e visitas.

PREPARO DAS PLANTAS PARA O HERBÁRIO (HERBORIZAÇÃO)

O processo de herborização envolve a prensagem das amostras coletadas, secagem, montagem das exsicatas, identificação das espécies e, finalmente, o acondicionamento no Herbário.

COLETA DE AMOSTRAS DE PLANTAS

Colher a parte terminal do ramo, com cerca de 20 cm, contendo folhas, flores e/ou frutos. Poaceae (Gramineae) e Cyperaceae devem ser coletadas inteiras, ou seja, parte aérea e subterrânea (raízes). Devem ser coletadas no mínimo 6 amostras de uma mesma planta, sendo uma para montar a exsicata e as outras para duplicatas, quer para intercâmbio com outros herbários ou ainda substituir a amostra da exsicata caso ela venha a se deteriorar.

No momento da coleta devem ser feitas anotações sobre a planta, como: porte (arbusto, trepadeira, árvore, etc.); dimensões; presença de pelos; espinhos; látex; cor da flor; formato e cor dos frutos; utilização, parte utilizada; nome popular e usos da planta na região; nativa ou cultivada, etc. Sobre o ambiente, também são necessárias algumas informações: tipo de ecossistema (mata, caatinga, restinga, brejo de altitude, entre outros), estado atual da vegetação, altitude do local, tipo de solo, e outras que se fizerem necessárias. Essas informações são importantes para a identificação da espécie e constarão no rótulo que fará parte da exsicata.

PRENSAGEM

O ideal será herborizar imediatamente a planta logo após a coleta, ou seja, prensá-la e secá-la para melhor preservar suas características. Quando não for possível, levar a planta ainda fresca para identificação, mantendo-a em sacos plásticos fechados para que suas folhas não sequem e nem enruguem, herborizando-as posteriormente.

Na prensagem cada amostra de planta é colocada entre folhas de jornais, alternadas com folhas de papelão. O conjunto das amostras é colocado entre duas prensas de madeira e amarrado fortemente com cordões resistentes.

SECAGEM

Recomenda-se a utilização de estufas para que as amostras sequem mais rapidamente e de maneira uniforme. Com isso evita-se a contaminação por fungos, eliminando-se também possíveis pragas que acompanhem as plantas.

Com relação às estufas, podem ser a base de resistência, lâmpadas ou a gás. Na falta desses recursos, uma secagem natural pode ser improvisada: o material prensado deve ficar em local ensolarado, ventilado ou próximo de uma fonte de calor. Os jornais úmidos devem ser trocados diariamente e a prensa não deve ficar sob o sereno para evitar qualquer contaminação..

IDENTIFICAÇÃO

A identificação ou determinação de uma amostra botânica é a atividade básica do herbário e um dos principais objetivos da Taxonomia. Para tanto, são utilizadas bibliografias especializadas como a Flora Brasiliensis, chaves taxonômicas, lupas para observar detalhes da morfologia floral, pilosidade, nervuras, entre outros aspectos. Devem ser feitas ainda comparações das amostras estudadas com as exsicatas do acervo do herbário.

MONTAGEM DA EXSICATA

Consiste em colar a amostra da planta seca na cartolina padronizada, juntamente com uma ficha que contenha as informações sobre a planta (nome científico, família a que pertence, coletor(es), data de coleta, local de coleta (país, município, sítio, estrada, povoado, etc.), nome do determinador (a pessoa que identificou a amostra), e outras observações que o coletor fez por ocasião da coleta (informações de campo).

ACONDICIONAMENTO DAS EXSICATAS

As exsicatas devem ser acondicionadas em armários bem vedados, no herbário, com ambiente fechado e climatizado, evitando a entrada de insetos e desenvolvimento de fungos.

O QUE É UM HERBÁRIO?

É o local onde são armazenadas e conservadas coleções científicas, compostas por amostras vegetais, provenientes de diferentes locais e ambientes.

FINALIDADE DO HERBÁRIO

Fornecer subsídios aos estudos desenvolvidos em áreas correlatas à taxonomia, anatomia, etnobotânica, fitossociologia e ecologia, entre outras.

documentar a flora e a vegetação de determinada região;

resgatar informações sobre a composição florística, no contexto da vegetação primária de áreas que, atualmente, estão em processo de degradação ou degradadas;

auxiliar as investigações quanto aos níveis de diversidade e endemismo da flora de uma determinada região, subsidiando, assim, a escolha de áreas prioritárias para a conservação.

COMO É A DINÂMICA DE UM HERBÁRIO?

Identificação permanente de plantas;

processamento da coleção botânica;

manutenção da coleção;

enriquecimento ou crescimento da coleção, através de programas de coletas e intercâmbio com outros herbários;

atualização da identificação das exsicatas.

O QUE É UMA EXSICATA?

Exsicatas são exemplares de plantas desidratadas (secas), coladas em um pedaço de cartolina branca de tamanho padronizado. Acompanham a exsicata uma ficha de identificação, o número de entrada no Herbário, o carimbo com a sigla desse herbário e um pequeno envelope que servirá para guardar partes da planta que possam se desprender com o passar do tempo.

EQUIPE TÉCNICA – LABORATÓRIO DE BOTÂNICA

Rita de Cássia de Araújo Pereira – Dra. Sc.

Ana Luiza du Bocage Neta – Dra. Sc.

Fernando Antônio Távora Gallindo – Ms

Maria do Carmo Santana dos Santos – Ms.

Maria Olívia de Oliveira Cano – B.Sc.

Alcina Maria Barbosa Viana – B.Sc.

Cheysa Isabela Figueiredo – Laboratorista

Luis Carlos Ferreira – Laboratorista

Fotos: Adriano Manoel

Fonte: Núcleo de Comunicação