O Instituto Agronômico de Pernambuco (IPA), por meio das Diretorias de Pesquisa e Extensão Rural, tem realizado diversos projetos e ações que estimulam a adoção de boas práticas de Produção Integrada pelos produtores de banana. Nesse sentido, de janeiro a junho deste ano, o IPA já assistiu 995 agricultores, exclusivamente, na cultura da banana e instalou duas unidades demonstrativas na Mata Norte, nos municípios de Timbaúba e Camutanga, e uma na Mata Sul, em Amaraji.

Além disso, por meio do Programa de Aquisição de Alimentos (PAA), executado com recursos do Ministério da Cidadania, entre 2018 e 2020, foram comercializadas 1.077 toneladas de bananas (variedade prata, da terra, pacovan, nanica, maçã e curuda) na modalidade compra direta com doação simultânea, beneficiando diversos agricultores familiares e entidades socioassistenciais, escolas, creches, unidades prisionais e instituições de longa permanência para crianças, jovens e idosos.

Entre as ações da Pesquisa, podemos destacar o controle do besouro conhecido como moleque-da-bananeira, que se dá por meio do uso de iscas impregnadas por uma solução aquosa à base do fungo Beauveria bassiana, que é resultado de pesquisas realizadas pelo instituto na década 1980. Ao entrar em contato com a isca, o inseto é contaminado pelo fungo e morre em aproximadamente uma semana e, consequentemente, acaba contaminando outros indivíduos e provocando um efeito em cadeia.

Dessa forma, impede-se o ciclo reprodutivo do inseto, evitando o surgimento de novas larvas que causam danos diretos aos bananais. Atualmente esse produto é produzido sob encomenda nos laboratórios do IPA, e leva cerca de 15 dias para atingir o ponto de comercialização.

Em relação a Assistência Técnica e Extensão Rural (ATER), o foco são os agricultores familiares, podemos destacar as ações como a emissão da DAP- Declaração de Aptidão ao Pronaf, documento necessário para que os produtores tenham acesso ao crédito rural; orientações técnicas e práticas sobre a forma correta de plantio, manejo da produção, sistema de irrigação, principais cultivares e controle de pragas e doenças; instalação de Unidades Demonstrativas e de Referência; comercialização da produção nos mercados institucionais como o Programa de Aquisição de Alimentos (PAA), o Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE) e outros.

NÚMEROS – A bananicultura ou cultivo de bananeiras é uma das atividades agrícolas de grande expressão econômica e social, principalmente para a Zona da Mata que é a maior região produtora do estado e uma das maiores do país, concentrando cerca de 36,34% da produção de bananas em Pernambuco. Em seguida, vêm as Mesorregiões do Agreste e do São Francisco pernambucano com 34,11% e 26,7%, respectivamente.

Conforme dados do IBGE – Produção Agrícola Municipal, em 2019, a produção de bananas em Pernambuco foi aproximadamente 491.911 toneladas, que foram colhidas em uma área de 44.229 hectares, com rendimento médio da produção em torno de 11.122 quilos por hectare. A bananeira apresenta um ciclo de produção contínuo e a maior oferta do produto ocorre no fim do ano, enquanto que a menor se dá a partir de abril.

Grande parte dessa produção é oriunda basicamente dos agricultores familiares, que comercializam nas feiras livres do Estado, para consumo “in natura”, e também enviam para outros estados, como Pará e Paraíba. As principais variedades plantadas em Pernambuco são: banana comprida ou da terra, prata, nanica, curuda e maçã. Também é bastante produzida a banana Pacovan, que é um híbrido do tipo Prata resistente ao mal da Sigatoca-negra.

Os destaques na produção da cultura em sequeiro são os municípios de São Vicente Férrer e Machados, no Agreste pernambucano; Vicência e Macaparana, na Zona da Mata Norte; e Amaraji, Quipapá e Palmares, na Mata Sul. Já o cultivo da banana irrigada, ocorre principalmente na região do São Francisco, nos municípios de Orocó, Petrolina e Santa Maria da Boa Vista. Embora, em pequena escala, também ocorra na Zona da Mata e Agreste do estado.

Fonte: Núcleo de Comunicação